sexta-feira, 12 de julho de 2013

Aves: Incubação dos Ovos

Olá pessoas!
Bom, semana passada eu postei sobre Aves: o aparelho reprodutor da fêmea e reprodução, hoje vou falar sobre a incubação desses ovos.
Não sei se vai dar para postar toda semana, pois ainda tem a faculdade... Que estou adorando! Mas vamos lá!
Aqui na minha casa não temos chocadeira, por isso, a incubação dos ovos é feita pela garnisé mesmo. Tenho uma que é sem raça definida, mas é uma ótima chocadeira, e acabo colocando os ovos das outras para que ela choque.
Gosto de colocar os ovos mais recentes possíveis para chocar, pois com isso o índice de nascimento é maior. Coloco os ovos de no máximo 15 dias mas, como uma garnisé é pequena, coloco os 10 mais recentes. E lembrando: aquela coisa de colocar número ímpar de ovos para chocar é ilusão!
Não gosto muito de deixar os ovos no ninho, sempre tiro e separo os que vou colocar para chocar, deixando sempre só o indez. Quando a galinha entra no choco, não coloco os ovos de imediato, pois pode acontecer de quando você mexer ela abandonar o ninho. Espero dois ou três dias e dou preferência para colocar os ovos a noite, porque ela não vai sair assim que você colocar a mão.

            Prefiro latas de tinta vazias para fazer os ninhos, com isso posso carrega-los para qualquer lugar e a galinha continua no choco. Sempre retiro o ninho do galinheiro e coloco em um viveiro que vá ficar somente aquela garnisé chocando, para não ter riscos de outra garnisé entrar para botar e para a que esteja chocando ter bastante paz e sossego.
Sempre anoto em uma agenda o dia que coloquei os ovos para incubação, a quantidade de ovos, qual garnisé está chocando e uma data prevista de eclosão desses pintinhos. Deixo a garnisé que chocou cuidar dos pintinhos, pois acho que dá menos trabalho do que cria-los separados, sem falar que é bom observar o amor e o cuidado que as garnisés tem com seus filhotes, mas isso traz um ponto negativo: os pintinhos terão o mesmo comportamento da mãe depois de grandes, então observe o comportamento da garnisé antes de deixa-la chocar.
Após sete ou dez dias de incubação, já dá para examinar os ovos com o auxilio do ovoscópio e separar os que estão gorados. Eu particularmente quase não faço isso, gosto de surpresa mesmo, só olho no ovoscópio depois que o primeiro eclode, a partir daí fiscalizo quantos ainda tem para nascer.
Não coloco a garnisé para fazer mais de uma incubação por vez, sei que alguns criadores fazem isso, mais eu particularmente acho que começa a ser um sofrimento para ela.
Os ovos separados para a incubação necessitam de cuidados especiais: devem ser guardados com a ponta mais larga para cima (câmara de ar), em local seco, tranquilo e fresco, a uma temperatura entre 15º C e 20º C e umidade entre 70% e 80%. Temperaturas elevadas podem estimular o início do crescimento do embrião, que poderá morrer antes de ser colocado para chocar. O ambiente muito seco pode causar a desidratação do ovo e a morte das células germinativas. Gosto de colocar os ovos que vão para incubação em um cômodo onde guardo ração dentro de uma caixa de ovos em posição vertical (lembrando: a câmara de ar para cima) e sempre uma vasilha com água por perto para estabelecer a umidade.
Ovos separados para a incubação necessitam de uma higiene adequada: escolher reprodutores sadios e criados em condições boas de higiene, ovos sujos com fezes devem ser lavados delicadamente com sabão neutro, e os com casca defeituosa (trincada, enrugada, muito fina ou deformada) devem ser descartados da incubação. Esses cuidados evitam algumas doenças que possam estar presentes na casca ou no interior do ovo.
Lembrando que o desenvolvimento embrionário começa logo após a fecundação ocorrida no infundíbulo e continua durante a formação do ovo.
No processo de formação no interior da garnisé, a temperatura varia entre 40° C e 42° C. A primeira divisão celular começa mais ou menos três horas após a fertilização. Pouco antes de ser posto, o embrião já possui em torno de 256 a 346 células indiferenciadas – dependendo do autor. Esse “embrião” pode ser visto a olho nu sob a forma de uma pequena mancha branca na superfície da gema. Assim que o ovo é posto, ele perde temperatura até se igualar com a do ambiente. Se ela for elevada (acima de 28° C) o resfriamento do ovo será lento e pode ocorrer a continuidade da evolução embrionária, só que em condições inadequadas, causando a morte do embrião. Com isso, o quanto mais rápido o ovo atingir uma temperatura em torno de 20° C, maior será as condições de sobrevivência do embrião e o sucesso na incubação.
Quando o ovo é colocado debaixo da garnisé para o início da incubação, reinicia-se o processo de desenvolvimento do embrião, que começou quando o ovo estava no interior da mesma, interrompido durante o armazenamento do ovo.
Bom, pessoal, por hoje é isso, no próximo post, que tudo indica será semana que vem, falarei um pouco sobre o desenvolvimento embrionário das aves. Lembrando a vocês que me refiro a garnisés, mas isso vale também para galinhas caipiras e outras raças. Até lá!


BIBLIOGRAFIA
Avicultura: tudo sobre raças, manejo e nutrição / Sérgio Inácio Englert. – 7º ed. Atual. – Guaíba: Agropecuária, 1998.
O Garnisé: criação, raças, doenças, vacinação / David Pereira Neves, Nelson Rodrigo da Silva Martins – São Paulo: Novo Conceito Editora, 2008.


Foto tirado por Letícia Prado - Modelo: Preciosa.

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